Francesco Esposito | |
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Nascimento | 13 de Janeiro de 1964 Nápoles |
Morte | 20 de Julho de 2020 |
Nacionalidade | Italiana |
Ocupação | Musicólogo |
Francesco Esposito (Nápoles, 13 de Janeiro de 1964 – 20 de Julho de 2020), foi um musicólogo italiano, que se destacou principalmente pela sua carreira em Portugal.
Nasceu em 13 de Janeiro de 1964, na cidade de Nápoles.[1] Concluiu a sua licenciatura ainda em Nápoles, com uma tese sobre a escola pianística napolitana do século XIX,[2] e depois frequentou a Universidade Nova de Lisboa, onde tirou o doutoramento em Ciências Musicais.[1]
Após a sua formação continuou a colaborar com a Universidade Nova, mais precisamente na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, tendo estado envolvido com várias unidades de investigação daquela unidade de ensino, como o Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical, e posteriormente o Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Música e Dança.[1] Neste instituto, foi um dos investigadores responsáveis pelo programa PROFMUS, Ser Músico em Portugal: a condição sócio-profissional dos músicos em Lisboa 1750-1985.[1] Foi bolseiro de doutoramento e pós-doutoramento da Faculdade de Ciências e Tecnologia, tendo também recebido uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian.[1] Como musicólogo, ainda em Nápoles, fez estudos sobre o piano da época oitocentista, baseado na obra do compositor austríaco Sigismond Thalberg.[1] Em Portugal, ficou conhecido pelas suas investigações sobre a música portuguesa no século XIX, que se prolongaram até ao seu falecimento.[1] Estudou inicialmente as práticas concertísticas em Lisboa naquele período, como parte do seu pós-doutoramento,[2] tendo depois ampliado as suas averiguações às tournées entre Portugal e o Brasil, por parte de músicos conceituados a nível internacional.[1] Fez igualmente parte do Núcleo de Estudos da História da Música Luso-Brasileira,[3] foi membro da Sociedade Portuguesa de Investigação em Música, com a qual trabalhou em diversos momentos, e fazia parte da comissão científica do X Encontro de Investigação em Música, que se realizou em Novembro de 2020 na cidade de Coimbra.[4] Também participou nos programas Estudos de Música Instrumental em Portugal: 1755-1834, da Universidade de Évora,[5] e Applied musicology to the concert classic in Spain, da Universidade de La Rioja.[2] Trabalhou com a Casa da Música, no Porto, e o Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa,[1] tendo sido membro do estudo O Teatro de S. Carlos: As Artes do Espectáculo em Portugal, da Universidade Nova de Lisboa.[6] Exerceu igualmente como professor em vários estabelecimentos de ensino de Lisboa, nomeadamente a Universidade Nova, a Escola Superior de Música, a Academia Nacional Superior de Orquestra e o Conservatório Nacional, nas disciplinas de História da Música Portuguesa, Estética Musical, e História da Música.[2] Também ensinou em escolas italianas, nas cadeiras de Literatura Italiana e Latina.[2]
Como investigador, deixou um grande número de artigos em revistas científicas, destacando-se o ensaio Liszt al rovescio, sobre a passagem do compositor Franz Liszt por Portugal em 1845, que recebeu o Prémio Liszt em 2010, organizado pela Fondazione Istituto Liszt.[7] Também foi o autor da monografia Um Movimento Musical como nunca houve em Portugal: associativismo musical e vida concertística na Lisboa liberal, 1822-1853, publicado pela editora Colibri e pelo Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical, e que é considerada como uma das obras mais importantes para o conhecimento da música portuguesa oitocentista.[1] Também escreveu várias biografias de músicos oitocentistas para dicionários, como as obras The new Grove Dictionary of Music and Musicians, e o Die Musik in Geschichte und Gegenwart.[2] Após a sua morte, o Instituto de Etnomusicologia lançou a obra Fin Qui Ho Parlato: a condição profissional dos músicos na Lisboa oitocentista e outros ensaios, onde compilou um conjunto de artigos de Francesco Esposito, escritos entre 1999 e 2020, que se encontravam dispersos em várias revistas científicas, além de uma obra inédita, baseada numa das suas últimas comunicações orais, e que explanava a relação de Gioachino Rossini com a família real portuguesa.[8] Este livro foi oficialmente apresentado em 13 de Janeiro de 2023, no auditório da Biblioteca Nacional de Portugal.[5]
Faleceu em 20 de Julho de 2020.[1]