Logos (em grego: Λόγος - "palavra"/"verbo", "discurso" ou "razão"), conhecido em português como Verbo, é um importante conceito na cristologia cristã para estabelecer a doutrina da divindade de Jesus Cristo e sua posição como Deus, o Filho na Trindade, como declarado no Credo Calcedoniano.
O conceito deriva da famosa frase de João: «No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.» (João 1:1) na abertura de seu evangelho (Ἐν ἀρχῇ ἦν ὁ λόγος, καὶ ὁ λόγος ἦν πρὸς τὸν θεόν, καὶ θεὸς ἦν ὁ λόγος[1]). Em traduções, "Verbo" é geralmente utilizado para Logos (Λόγος), mas em discussões e obras teológicas, o termo não é geralmente traduzido.
Teólogos cristãos geralmente consideram que João 1:1 como o principal texto para sustentar a crença de que Jesus é Deus, considerando a ideia de que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são a mesma essência. Embora seja unicamente neste versículo que Jesus é chamado de "Verbo de Deus", o tema aparece por todo o Evangelho de João em variadas formas.[2]
Embora o termo Logos não apareça como um título além do prólogo, todo o livro de João defende este argumento básico. Sendo o Logos, Jesus Cristo é Deus autorrevelado (Luz) e a redenção (Vida). Ele é Deus presente para o homem e por ele conhecido. São Tomé O reconheceu como Deus quando duvidou de sua ressurreição,[3] mas o Logos também é, de alguma forma, diferente de Deus, pois como disse João, "...estava com Deus". Deus e o Logos portanto não são dois seres e, por outro lado, não são simplesmente idênticos. Este aparente paradoxo permeia os evangelhos. Deus, quando age e se revela, não "exaure" o que Deus é e isto aparece em várias frases de Jesus:
Assim, o Logos é Deus ativo na criação, revelação e redenção. Jesus Cristo não apenas traz a palavra de Deus aos homens, ele "é" a palavra, o "Verbo"[4]. E este entendimento é o que foi proclamado no Credo niceno-constantinopolitano, resultado do Primeiro Concílio de Constantinopla em 381[5].
O teólogo Stephen L. Harris alega que João teria adaptado o conceito de Fílon de Alexandria sobre o Logos, identificando Jesus como uma encarnação do Logos divino que formou o universo.[6][7]
Entre os diversos versículos da Septuaginta e que adiantam o uso que será feito pelo Novo Testamento está «Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, E pelo sopro da sua boca todo o exército deles.» (Salmos 33:6), que faz referência direta à história da criação em Gênesis.[8] Teófilo de Antioquia faz referência a esta ligação em To Autolycus 1:7.[9] Agostinho de Hipona considerava que, neste versículo, tanto logos ("palavra") quanto pneuma ("sopro") estavam "próximos de serem personificados".[10]
Alguns teólogos enxergam em «como no-los transmitiram os que foram deles testemunhas oculares desde o princípio, e ministros da palavra» (Lucas 1:2) uma primeira referência ao Logos e ao arché ("começo").[11][12]
O Evangelho de João começa com um "Hino ao Verbo" que identifica Jesus como sendo o Logos e este, como sendo Deus. As quatro últimas palavras do versículo (θεὸς ἦν ὁ λόγος - literalmente "Deus era o Logos" ou "o Verbo era Deus") tem, particularmente, sido o tópico de diversos debates no cristianismo. Na frase em grego, tanto o sujeito (Logos) quanto o objeto (Deus) aparecem no caso nominativo e, assim, o complemento é geralmente diferenciado eliminando-se o artigo e colocando-o antes do verbo[13][14]. Gramaticalmente, portanto, a frase poderia ser lida tanto como "o Verbo era Deus" quanto "o Verbo era um deus". Os primeiros manuscritos do Novo Testamento não faziam distinção entre caixa alta e caixa baixa[13], de forma que as crenças já existentes quando foram criados influenciaram a tradução, embora muitos acadêmicos vejam o movimento de "Deus" para o início da sentença como um indicador de uma ênfase mais consistente com "o Verbo era Deus".[15][16][17][18]
O tema de João 1:1 - "O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que contemplamos e o que as nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida" - seria o tema desenvolvido no primeiro capítulo de I João. Alguns autores notaram que eles compartilham as importantes palavras arché e logos[19]. Outros afirmam que há relação entre a identificação de Jesus com logos em I João 1:1 e João 1:14[20]. Por fim, Smalley afirma que "o primeiro verso em I João 1:1 faz referência ao Logos preexistente e que os três seguintes, ao 'Logos encarnado'"[21].
O Novo Testamento faz uso de diversas partes do relato sobre a "Sabedoria" no Antigo Testamento e as aplica a Jesus:
- Assim como a sabedoria, Jesus existia previamente a todas as coisas e estava com Deus[22];
- A linguagem lírica sobre "a sabedoria ser o sopro do poder de Deus, refletindo a glória divina na forma de luz e sendo uma imagem de Deus", parece ser ecoada por I Coríntios 1:17–18 e I Coríntios 1:24–25 (versículos que asssociam a sabedoria divina com o poder), por Hebreus 1:3 ("sendo o resplendor da sua glória"), João 1:9 ("a verdadeira luz que, vinda ao mundo, alumia a todo o homem") e em Colossenses 1:15 ("a imagem do Deus invisível").
- O Novo Testamento aplica a Cristo a linguagem sobre a importância cósmica da sabedoria como agente de Deus na criação do mundo: «Tudo foi feito por ele; e nada do que tem sido feito, foi feito sem ele» (João 1:3)[23]
- Quarto, em face a crucificação de Jesus, Paulo transforma vivamente a noção da inacessibilidade da sabedoria divina em I Coríntios. "A sabedoria de Deus" (I Coríntios 1:21) não é apenas "misteriosa e oculta" (I Coríntios 2:7), mas também, definida pela cruz e sua proclamação, dos "estultos para o sábios do mundo" (I Coríntios 1:18–25)[24].
- Através de suas parábolas e por outros meios, Jesus ensina a sabedoria[25]. Ele é "maior" que Salomão, o sábio do Antigo Testamento e professor por excelência[26].
- O Novo testamento, contudo, não parece ter aplicado a Cristo os temas sobre a "Senhora Sabedoria"[27] e sua beleza radiante. Leão, o Grande (m. 461), porém, lembra de Provérbios 9:1, que retrata o ainda não nascido Jesus no útero de Maria como "A sabedoria edificou a sua casa"[28].
Há, de qualquer maneira, uma clara preferência no Novo Testamento pelo Logos como sendo a palavra dita ou uma afirmação racional, a despeito da disponibilidade desta rica linguagem e conceituação da sabedoria. João prefere falar sobre o "Verbo", um termo que oferece também uma rica complexidade de significados.
O Antigo Testamento deu uma contribuição essencial à mensagem cristológica essencial do Novo Testamento de Cristo como sendo o Logos. O Verbo está com Deus desde o princípio[29], é poderosamente criativo[30] e é a personificação da expressão de Deus[31]. Assim como a sabedoria, a palavra expressa o poder ativo de Deus na criação. A oração de Salomão assume "verbo" e "sabedoria" como agentes idênticos da criação divina: "Deus dos pais e Senhor de misericórdia, tudo criaste com a 'tua palavra'! Com a 'tua sabedoria' formaste o homem para dominar as criaturas que fizeste"[32]. Mesmo assim, o prólogo de João não se inicia afirmando que "No princípio era a 'Sabedoria' e a 'Sabedoria' estava com Deus e a 'Sabedoria' era Deus"[33].
Apesar de, na literatura judaica pré-cristianismo, "sabedoria", "verbo/palavra" e, em todo caso, "espírito" serem "quase formas alternativas de descrever o poder ativo e imanente de Deus"[34], há diversas considerações a serem feitas para entender por que João escolheu Logos ("verbo"/"palavra") e não "sabedoria". Primeiro por que, dado que sophia (grego antigo para "sabedoria") já era personificada como "Senhora Sabedoria"[27], poderia ficar estranho falar desta figura feminina como "encarnando" quando Jesus era um homem. Segundo, no judaísmo helenístico, a lei de Moisés já havia sido igualada com a "sabedoria"[35] e creditada com muitas de suas características[36]. Anunciar, portanto, que a "Sabedoria era Deus e encarnou" poderia parecer sugerir que "a Torá era Deus e encarnou". No espaço de uns poucos anos, os cristãos passariam a identificar o Filho de Deus e Logos com "lei" ou "a Lei"[37]. Mas nem João e nem nenhum outro autor do Novo Testamento o fez. O mais perto disto pode ser encontrado em Gálatas 6:2 ("lei de Cristo") e em Romanos 10:4 (que, em algumas traduções, aparece como "o fim da lei é Cristo"[38]). Para os autores do Novo Testamento, Jesus substitui a Torá e suas qualidades, principalmente a "luz"[39] e a "vida"[40], que agora são atribuídas a Jesus, principalmente em João. Por fim, Paulo, Lucas (especialmente nos Atos dos Apóstolos) e outras testemunhas do Novo Testamento prepararam o caminho para o prólogo de João ao se utilizarem de Logos como significando a revelação de Deus através de Cristo[41].
Tanto na época do Novo Testamento como depois, o "Verbo" joanino apresentou diversas possibilidades cristológicas. Primeiro, a possibilidade de identificação e distinção. Por um lado, palavras procedem de alguém que fala, uma espécia de extensão dele e são, num certo sentido, iguais a ele ("o Verbo era Deus"). Por outro, uma palavra é distinta de quem a profere ("o Verbo estava com Deus"). Portanto, Cristo é identificado com YHWH, mas é diferente dele. Em segundo lugar, Deus proferiu o Verbo Divino já desde o princípio ("desde o princípio") e o Verbo "era" (e não "se tornou") Deus. Neste contexto, "Verbo" inicia a discussão sobre a pré-existência, pessoal e eterna, de Cristo como Logos[42].
Em terceiro lugar, palavras revelam quem as profere. Feliz ou infelizmente, palavras expressam o que está na mente. No Antigo Testamento, "a palavra de Deus" repetidamente denota a revelação de Deus e de sua vontade. O Evangelho de João consegue, assim, passar tranquilamente do linguajar sobre "o Verbo" para se concentrar em «o Deus unigênito que está no seio do Pai, esse o revelou.» (João 1:18) Como Filho de Deus enviado pelo Pai ou o Filho do homem que desceu dos céus de uma forma única e exclusiva, Jesus revela uma sabedoria celeste[42][43].
Referências
- ↑ «João 1:1» (em grego). Byblos. Consultado em 1 de junho de 2013
- ↑ Como, por ex., em João 6:60, João 7:36, João 8:37–43, João 12:48 e João 19:8
- ↑ João 20:28
- ↑ Vide João 1:14 - "O Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai."; e João 14:6 - "Eu sou o caminho e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim."
- ↑ Frank Stagg, New Testament Theology.
- ↑ Harris, Stephen L., Understanding the Bible. Palo Alto: Mayfield. 1985. "John" p. 302-310
- ↑ Cf. Provérbios 8:22–36
- ↑ Gênesis 32:6 - τῷ λόγῳ τοῦ κυρίου οἱ οὐρανοὶ ἐστερεώθησαν καὶ τῷ πνεύματι τοῦ στόματος αὐτοῦ πᾶσα ἡ δύναμις αὐτῶν
- ↑ Oskar Skarsaune In the shadow of the temple: Jewish influences on early Christianity p342
- ↑ Agostinho de Hipona, The Trinity Edmund Hill, John E. Rotelle 1991 p35
- ↑ David L. Jeffrey A Dictionary of biblical tradition in English literature 1992 Page 460. "Em sua referência a 'testemunhas oculares desde o princípio, e ministros da palavra' Lucas está certamente se referindo a uma pessoa e, também, às palavras"
- ↑ Leon Morris The Gospel according to John 1995 Page 110 - "...quando Lucas fala dos que foram 'testemunhas oculares desde o princípio, e ministros da palavra', é difícil não ficar com a impressão de que "a palavra" seria, para ele, mais do que a doutrina."
- ↑ a b J.W. Wenham, The Elements of New Testament Greek, Cambridge University Press, 1965, p. 35.
- ↑ Leon Morris, The Gospel According to John, Eerdmans, 1995, p. 68, ISBN 0-8028-2504-4.
- ↑ William Hendriksen, The Gospel of John, The Banner of Truth Trust, 1959, p. 71.
- ↑ William D. Mounce, Basics of Biblical Greek, 2nd ed, Zondervan, 2003, pp. 27–28.
- ↑ F. F. Bruce, Frederick Fyvie Bruce, The Gospel of John, Eerdmans , 1994, p. 31, ISBN 0-8028-0883-2.
- ↑ D. A. Carson, The Gospel According to John, Eerdmans , 1991, p. 117, ISBN 0-8028-3683-6.
- ↑ John Painter, Daniel J. Harrington 1, 2, and 3 John 2002 p131
- ↑ Dwight Moody Smith First, Second, and Third John 1991 p48
- ↑ Stephen S. Smalley 1, 2, 3 John 2008 p25
- ↑ João 1:1–2
- ↑ Veja também Colossenses 1:16 e Hebreus 1:2
- ↑ Veja também Mateus 11:25–27
- ↑ Mateus 25:1–12; Lucas 16:1–18; também Mateus 11:25–30
- ↑ Mateus 12:42
- ↑ a b Por exemplo em Provérbios 1:20–33, Provérbios 8:1–9 e Sab 8:2.
- ↑ Epistolae 31, 2-3
- ↑ Gênesis 1:1, João 1:1
- ↑ Gêneses 1:1 até Gêneses 2:4; Isaías 55:10–11; Salmos 33:6–9; Salmos 107:20; Judite 16:14
- ↑ Sab 18:14-16
- ↑ Sab 9:1-2
- ↑ É importante diferencia entre o significado e a tradução de Logos como elas aparecem nas várias tradições e textos, o que será enfatizado nesta seção com base em G. O'Collins, Christology: A Biblical, Historical, and Systematic Study of Jesus, OUP (1995), pp. 24-41; J.D.G. Dunn, Christology in the Making, SCM Press (1989), pp. 196-207, 230-9.
- ↑ J.D.G. Dunn, Christology in the Making, SCM Press (1989), p. 196.
- ↑ Baruque 4:1-4 e Eclesiástico 24:23.
- ↑ Pelo menos em um lugar (Isaías 2:3), "verbo"/"palavra" aparece associado com a Torá.
- ↑ Como de fato ocorreu em Pastor de Hermas, Similitudines, 8. 3. 2; Justino Mártir, Diálogo com Trypho, 43. 1 e 11. 2.
- ↑ Rom 10:4 na Nova Versão Internacional, por exemplo
- ↑ Salmos 119:105 Provérbios 6:23
- ↑ Salmos 119:93 Provérbios 4:4–13
- ↑ Como J.D.G. Dunn, Christology in the Making, SCM Press (1989) pp. 230-9, corretamente argumenta, o contexto para a escolha de João por "verbo" também pode ser encontrado nos livros mais antigos do Novo Testamento e não somente no Antigo ou em outras fontes (como Filon de Alexandria); cf. também A. T. Lincoln, The Gospel According to St John, Continuum (2005), pp.94-8.
- ↑ a b Cf. G. O'Collins, Christology: A Biblical, Historical, and Systematic Study of Jesus, cit., pp. 24-41
- ↑ Cf. Dunn, op. cit., pp. xxvi-xxviii.
- Borgen, Peder. Early Christianity and Hellenistic Judaism. Edinburgh: T & T Clark Publishing. 1996.
- Brown, Raymond. An Introduction to the New Testament. New York: Doubleday. 1997.
- Butler, Clark. G.F. W. Hegel. Boston: Twayne Publishing. 1977.
- Dillion, J. M. “Plato/Platonism.” in The Dictionary of the New Testament Background. ed. by Craig A. Evans and Stanley E. Porter. (CD-ROM) Downers Grove: InterVarsity Press. 2000.
- Essays in Greco-Roman and Related Talmudic Literature. ed. by Henry A. Fischel. New York: KTAV Publishing House. 1977.
- Ferguson, Everett. Backgrounds in Early Christianity. Grand Rapids: Eerdmans Publishing. 1993.
- Freund, Richard A. Secrets of the Cave of Letters. Amherst, New York: Humanity Books. 2004.
- Greene, Colin J. D. Christology in Cultural Perspective: Marking Out the Horizons. Grand Rapids: InterVarsity Press. Eerdmans Publishing. 2003.
- Hillar, Marian. Philo of Alexandria (20BCE-50CE). in The Internet Encyclopedia of Philosophy. ed. by James Fieser and Bradley Dowden. 2006. Available at iep.edu[ligação inativa]
- Holt, Bradley P. Thirsty for God: A Brief History of Christian Spirituality. Minneapolis: Fortress Press. 2005.
- Josephus, Flavius. Complete Works. trans. and ed. by William Whiston. Grand Rapids: Kregel Publishing. 1960.
- Lebreton, J. (1910). The Logos. In The Catholic Encyclopedia. New York: Robert Appleton Company. Retrieved August 29, 2011 from New Advent.
- Letham, Robert. The Work of Christ. Downers Grove: InterVarsity Press. 1993.
- Macleod, Donald. The Person of Christ. Downers Grove: InterVarsity Press. 1998.
- McGrath, Alister. Historical Theology: An Introduction to the History of Christian Thought. Oxford: Blackwell Publishing. 1998.
- Moore, Edwin. “Neoplatonism.” in The Internet Encyclopedia of Philosophy. ed. by James Fieser and Bradley Dowden. 2006. Available at iep.edu[ligação inativa]
- Neusner, Jacob. From Politics to Piety: The Emergence of Pharisaic Judaism. Providence, R. I.: Brown University. 1973.
- Norris, Richard A. Jr. The Christological Controversy. Philadelphia: Fortress Press. 1980.
- O'Collins, Gerald. Christology: A Biblical, Historical, and Systematic Study of Jesus. Oxford:Oxford University Press. 2009.
- Pelikan, Jaroslav. Development of Christian Doctrine: Some Historical Prolegomena. London: Yale University Press. 1969.
- _______ The Emergence of the Catholic Tradition (100-600). Chicago: University of Chicago Press. 1971.
- Robertson, J. A. T. Redating the New Testament. 2nd ed. Philadelphia: Westminster Press. 1985.
- Sacred Realm: The Emergence of the Synagogue in the Ancient World. ed, by Steven Fine. New York: Oxford Press. 1996.
- Schweitzer, Albert. Quest of the Historical Jesus: A Critical Study of the Progress from Reimarus to Wrede. trans. by W. Montgomery. London: A & C Black. 1931.
- Turner, William. “Neo-Platonism.” in New Advent Catholic Encyclopedia. ed by John Cardinal Farley, Archbishop of New York, 2006. Available at http://newadvent.org./cathen/10742b.htm.
- Tyson, John R. Invitation to Christian Spirituality: An Ecumenical Anthology. New York: Oxford University Press. 1999.
- Westerholm, S. “Pharisees.” in The Dictionary of New Testament Background. ed. by Craig A. Evans and Stanley E. Porter. (CD-ROM) Downers Grove: InterVarsity Press. 2000.
- Wilson, R. Mcl. Gnosis and the New Testament. Philadelphia: Fortress Press. 1968.
- Witherington, Ben III. The Jesus Quest: The Third Search for the Jew of Nazareth. Downers Grove: InterVarsity Press. 1995.
- _______ “The Gospel of John.” in The Dictionary of Jesus and the Gospels. ed. by Joel Greene, Scot McKnight and I. Howard
- Marshall. (CD-ROM) Downers Grove: InterVarsity Press. 1992.
- Yamauchi, Edwin. Pre-Christian Gnosticism: A Survey of the Proposed Evidence. Grand Rapids: Eerdmans Publishing. 1973.