O Mercado do Bom Sucesso é um edifício no Porto. Foi inaugurado em 1952 como mercado de frescos, com projeto da autoria do gabinete ARS Arquitectos. Em 2011 foi classificado como monumento de interesse público.[1] No mesmo ano foi encerrado para obras, tendo sido reaberto em 2013 como galeria comercial, com lojas de restauração, escritórios e um hotel.[2]
O Mercado do Bom Sucesso situa-se no Porto, freguesia de Massarelos, sendo acessível pela Praça do Bom Sucesso ou pelo Largo de Ferreira Lapa.
Na sequência da construção do Mercado Municipal de Matosinhos, a Câmara Municipal do Porto contratou a empresa ARS Arquitectos, dos Arquitetos Fortunato Cabral, Cunha Leão e Morais Soares, para desenhar um novo mercado municipal para a cidade. O edifício foi projetado em 1949, as obras iniciaram-se em 1951 e a inauguração aconteceu no ano seguinte. O novo edifício seria marcado por uma conceção arquitetónica moderna, com estrutura em betão armado e uma inovadora cobertura abobadada rasgada por grandes envidraçados, permitindo uma boa iluminação natural de todo o espaço.
O edifício foi desenhado com três pisos, de forma a aproveitar o declive natural da área, sendo a sua periferia ocupada por lojas independentes. Outra particularidade do edifício original era a separação zonal do mercado, situando-se a peixaria num nível inferior de forma a permitir um melhor arejamento. No primeiro piso localizava-se ainda uma galeria (que em grande parte sobrevive, depois da remodelação terminada em 2013) que circundava todo o mercado e dava acesso a lojas independentes, como talhos e padarias.
Em Junho de 2009, o executivo da Câmara Municipal do Porto aprovou a entrega do Mercado do Bom Sucesso a uma empresa privada, a Eusébios, para a construção de um hotel "low cost". O projeto foi aprovado com os votos do PSD, PP e PS e contou com a oposição do Bloco de Esquerda[3] e do PCP.[4] Foi também formado um movimento, Mercado do Bom Sucesso Vivo!, de oposição ao projeto.
Em 25 de Janeiro de 2011 foi assinada a escritura para a cedência do direito nos próximos 50 anos (prorrogáveis por mais 20) de superfície do Mercado do Bom Sucesso à empresa Mercado Urbano (subsidiária da bracarense Eusébios & Filhos, SA).
Depois de ter assinado o contrato com a autarquia, a Mercado Urbano, Gestão Imobiliária SA passou a ser detida em 75% pela construtora Mota-Engil. Com a entrada da Mota-Engil no capital da Mercado Urbana, decidiu-se que "mais de 50%" da área destinada a escritórios seria ocupada pela Fundação Manuel António da Mota.
A recuperação arquitetónica esteve a cargo do gabinete de Arquitetura FA.A (Ferreira de Almeida Arquitetos[5]). Orçada em 10 milhões de euros, a obra começou em agosto de 2012 e, no dia 14 de Junho de 2013, o Bom Sucesso renovado abriu ao público, com 44 bancas no centro do espaço, 14 lojas nos corredores e 12 espaços dedicados à venda de produtos frescos, localizados por debaixo da zona de escritórios (este volume, construído no interior do emblemático edifício, acolhe a Fundação António da Mota). Do outro lado do mercado foi construído um segundo volume onde se localiza o Hotel da Música, um investimento de 8 milhões de euros do grupo Hoti Hotéis, que conta com 85 quartos, o restaurante Bom Sucesso Gourmet – onde, para além da ementa habitual, o chefe confecciona o que os clientes comprarem no mercado.[6][7][8].
Em dezembro de 2019, a Mota-Engil, que detinha a concessão do Mercado do Bom Sucesso, anunciou que ia deixar de gerir a estrutura, passando para as mãos de uma parceria entre a Mercado Prime, estrutura empresarial pertencente ao Grupo Amorim, e a Sonae Sierra. O pedido de licenciamento para a requalificação do mercado, que prevê a instalação de um 'Continente Bom Dia' e de um total de 26 bancas e 40 lojas e restaurantes, foi deferido pela Câmara do Porto em Março de 2021. No total serão 26 bancas, 40 lojas e restaurantes (exteriores e interiores), servidos por uma 'seating área'[9].
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Mercado do Bom Sucesso na base de dados SIPA da Direção-Geral do Património Cultural