Mira A | |
Mira | |
Dados observacionais (J2000.0) | |
Constelação | Cetus |
Asc. reta | 02h 19m 20.79s |
Declinação | -02° 58′ 39.5″ |
Magnit. apar. | 2.0 a 10.1 |
Caracteristicas | |
Tipo de espectro | M7IIIe |
Cor (B-V) | 1.42 |
Cor (U-B) | 1.09 |
Variabilidade | Mira |
Astrometria | |
Mov. próprio (DEC) | 10.33 |
Paralaxe | 7.79 ± 1.07 |
Detalhes | |
Massa | 1.2 M☉ |
Raio | 500 R☉ |
Luminosidade | 15,000 L☉ |
Temperatura | 2,200 K |
Metalicidade | ? |
Rotação | ? |
Idade | ? anos |
Outras denominações | |
68 Ceti |
Mira (Omicron Ceti) é uma estrela gigante vermelha da classe M, dupla e variável, da constelação de Cetus (Baleia) visível no hemisfério sul. Uma das mais brilhantes do céu, Mira era conhecida pelos antigos como a Estrela Maravilhosa, tendo recebido esta alcunha no século XVII por sua característica de mudar de aparência de forma significativa em ciclos de 332 dias (sabe-se hoje que há variação de 304 a 353).
Mira varia seu brilho cerca de 1500 vezes, indo da magnitude 2 em seu brilho extremo à magnitude 10, quando então torna-se visível apenas através de telescópios. A estrela mantém seu fulgor máximo apenas durante umas semanas, antes de baixar rapidamente.
Em 1596, pouco antes da invenção do telescópio, o monge e astrônomo alemão David Faber, (também conhecido como Fabricius) observou na constelação de Cetus, uma estrela alaranjada onde anteriormente nada havia notado e registrou sua posição. Em 1603, o alemão Johannes Bayer ao compilar seu famoso atlas celeste Uranometria, atribuiu a letra grega Omicron àquela estrela, sem perceber suas variações. Aparentemente tropeçou pela estrela quando esta estava em seu máximo. Tentativas posteriores para encontrá-la falharam, até que fez sua reaparição mais tarde.
Ela só foi definitivamente constatada como variável e seu período calculado em 11 meses no ano de 1638, pelo astrônomo holandês Johann Holwarda. Em 1642 Johannes Hevelius, de Gdansk, denominou-a a Maravilha da Baleia, ou, em latim, Mira Ceti. Mira foi, portanto, a primeira variável a ser descoberta e, na época, esta descoberta contribuiu para a rejeição da ideia de que a abóbada celeste era eterna e imutável.
Mira A tem cerca de 700 vezes o diâmetro do Sol e co-orbita Mira B, uma anã branca de aproximadamente o tamanho da Terra. A agitação interna de Mira A pode criar distúrbios magnéticos na sua atmosfera superior, responsáveis pelas fulgurações de raios-X e por fortes ventos estelares que fazem a estrela perder material de forma rápida. Parte do gás e poeira que escapam de Mira A é capturada pela sua companheira, Mira B, que é rodeada por um disco de material sugado da gigante pulsante, o disco de acreção.
O sistema binário Mira AB encontra-se a 420 anos-luz do Sol e as duas estrelas irmãs estão afastadas uma da outra por cerca de 9 bilhões de quilômetros, ou 1,5 vezes a distância média Sol-Plutão, que é hoje o raio máximo do Sistema Solar (desde que não considerados o Cinturão de Kuiper nem a Nuvem de Oort).
Já bastante fria e arrefecendo cada vez mais, Mira aproxima-se do final de sua vida, seu combustível nuclear começa a esgotar-se e ao fim deverá explodir, libertando suas camadas exteriores, formando uma nebulosa planetária e deixando em seu lugar outra anã branca, densa e quente.
Variáveis Mira são estrelas variáveis de Longo Período - ou LPVs -, estrelas gigantes vermelhas, normalmente de tipo espectral M, que apresentam oscilações de brilho em torno de seis magnitudes entre o máximo e o mínimo. O período destas variáveis - definido como o intervalo entre dois máximos consecutivos - é em média de um ano aproximadamente. Esses valores podem variar entre diferentes LPVs ou mesmo em diferentes ciclos de uma mesma estrela. Exemplos: Mira Ceti, R Carinae, R Leonis, Chi Cygni, R Hydrae e R Centauri.